terça-feira, 3 de novembro de 2015

Citação - Novembro

“Bran thought about it 'Can a man still be brave if he's afraid?' 'That's the only time a man can be brave' his father told him.”
 A Game of Thrones

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Opinião -> Uma Praça em Antuérpia

Título Original: Uma praça em Antuérpia
Autor: Luize Valente
Editora: Saída de Emergência
Sinopse: Há uma saga que ainda não foi contada sobre a Segunda Guerra Mundial: a história de duas irmãs portuguesas, Olívia e Clarice. Olívia casa-se com um português e vai para o Brasil. Clarice casa-se com um alemão judeu e vai morar em Antuérpia, na Bélgica. Ambas vivem felizes, com maridos e filhos, até que a guerra começa e a Bélgica é invadida.
Para escapar da sombra nazi que vai devorando a Europa, a família de Clarice conta com a ajuda de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul que salvou milhares de vidas emitindo vistos para Portugal, em 1940, enquanto atuou em Bordéus, França. A família recebe o visto mas, ao chegar à fronteira de Portugal, um destino trágico a espera... Destino que vai mudar e marcar a vida das irmãs para sempre, por causa de um segredo que só será revelado sessenta anos depois.

A minha opinião

Quando peguei neste livro confesso que o fiz apenas baseada na capa, que acho LINDA, e no título por soar a romance, que era mesmo o que eu estava a precisar - uma leitura ligeira. 

Eis que quando o abro, se inicia com uma citação de Aristides Sousa Mendes e o meu primeiro pensamento foi - Oh não, acabei de ler um livro brilhante cujo tema de fundo é a Segunda Guerra Mundial e agora vou  ler outro de seguida! Tem tudo para correr mal pois, inevitavelmente, vou estar sempre a fazer comparações e a fasquia está muito, muito elevada!

Deste modo iniciei a leitura com as expectativas baixas, com a certeza de que ia ler mais do mesmo, cliché atrás de cliché.
E não podia estar mais enganada!
Luize Valente sabe prender-nos como ninguém. Lança-nos uma "bomba" logo ao início do livro que, se não fosse a sua capacidade brilhante de captar o leitor, teria tudo para correr mal pois ficamos, desde logo, a saber qual será o desfecho da história.

O livro começa no dia 1 de Janeiro de 2000, no Rio de Janeiro, com Olívia, uma idosa de 80 anos que, ainda a sofrer com a perda recente do seu filho, decide contar à neta (também ela a sofrer com mais um aborto espontâneo) o seu maior segredo que guarda só para ela há 60 anos.
Spoilers, pensamos nós, MAS, apesar de a autora nos dar a saber logo à partida quem morre e quem sobrevive, o que é certo é que o enredo não poderia ser mais viciante e cativante.

Olívia leva-nos numa viagem ao passado, começando a contar a sua história de vida precisamente desde o início, isto é, desde a gravidez da sua mãe, em Guimarães no início do século XX, a qual faleceu após o seu nascimento e da sua irmã gémea, levando ao consequente afastamento do seu pai que, por tanto amar a mulher, as culpabiliza pela sua morte. Deste modo, acabam por ser criadas pela avó.

E assim se desenrola toda uma história de vida relativamente pacata, que se torna mais atribulada a partir do momento em que a sua avó morre levando-a a mudar-se para junto da irmã em Lisboa, onde se apaixona por Theodor à primeira vista, um judeu comunista fugido da Alemanha, e engravida dele. A força do destino (ou do regime político existente na altura) levou a que, sem marido e grávida, se refugiasse na Guarda. Até ao dia em que Theodor regressa para fugirem juntos para Antuérpia visto que, por ser comunista, tem de fugir de Portugal.

E é aqui que a maior parte da ação se desenrola. Após um curto período de grande felicidade, de repente têm de largar tudo o que construíram e fugir, sem nada, devido ao domínio crescente Nazista. O objetivo é conseguirem chegar a Portugal de onde podem partir para o Brasil onde o marido da sua irmã os espera, mas para tal têm de conseguir chegar a França primeiro para tratar da papelada necessária e ainda atravessar Espanha. E isto tudo grávida de 8 meses, com Bernardo de 3 anos nos braços e sempre debaixo de bombardeamentos, com ataques atrás de ataques que destroem tudo à sua passagem.

É esta azáfama que vivemos com os personagens como se nós mesmos lá estivéssemos, sempre com o coração nas mãos sabendo que a qualquer altura algo vai correr mal mas sem saber em que momento. A autora consegue-nos deixar sempre com a esperança de que vai haver um final feliz. Afinal, depois de tanta tormenta a bonança é mais do que merecida.  

E eu queria saber sempre mais, acompanhar Olívia (ou será Clarice?) nas suas aventuras e desventuras, lutar com ela, rir com ela e chorar com ela. E sofri com ela. Aquela angústia no peito devido a tantas injustiças e eu mera espectadora, sem poder fazer nada, é indescritível.

É portanto um livro impossível de largar pois nós estamos lá, estamos a viver aquele momento, todas as dores, todos os medos, todos os esforços inimagináveis, nós estamos a vivê-los. E foi assim que Luize Valente me deixou acordada noite fora, com apenas 3 horas dormidas, mas por um final que valeu por tudo!

Não conhecia a autora mas fiquei sua fã. Um livro escrito como ninguém, que nos prende do início ao fim e com um final... Que final! Aconselho vivamente!

5 estrelas gigantes para este livro!  

*****

All I Want For Christmas is... #1

Como já estamos em Novembro e já se vêm ruas e centros comerciais com decorações alusivas ao Natal, inicio também aqui uma rubrica natalícia acerca de prendinhas ideais e perfeitas para oferecerem no natal a mim um livrólico. 

Para começar, e tendo em conta a minha leitura atual, deixo aqui esta edição maravilhosa de A Song of Ice and Fire series, disponível na Amazon.


Esta edição deixa-me com mix feelings... se por um lado quero muito muito ter, por outro há aquele sentimento de que a saga ainda não está completa e não gosto de ter livros diferentes pertencentes à mesma coleção.